Colabora na construção de um partido assente em assembleias de cidadãos
FUTURO
Porque criar um partido, se partidos são parte do problema?
É preciso trazer a voz de cidadãos comuns para o local onde as decisões são realmente tomadas. E o acesso a esse local é bem restrito: o artigo 151 da Constituição determina que só partidos podem apresentar candidaturas às eleições legislativas e eleger deputados para o Parlamento. E só aí pode-se fazer mudanças constitucionais no sistema político.
Após alguns anos a tentar promover a organização de assembleias de cidadãos, apercebemo-nos que há pouca abertura e motivação nos partidos e instituições existentes para envolver genuinamente os cidadãos na formulação de políticas públicas. Muito menos se as deliberações dos cidadãos implicarem mudar o sistema político, ao assumir um compromisso para com as deliberações dos cidadãos. Por isso, a necessidade de se criar, de raiz, um partido governado por assembleias de cidadãos.
Assembleias de cidadãos já foram organizadas em múltiplos países e são cada vez mais frequentes. Alguns dos exemplos de larga escala mais famosos tiveram lugar na França (2019-2020), Irlanda (2016-2018), Alemanha (2019) e no Canadá (2004), porém, apenas de forma consultiva. Isto ficou evidente no Conselho de Cidadãos de Lisboa, onde não há compromisso para com as recomendações dos cidadãos. Queremos ir além e garantir que as recomendações dos cidadãos sejam levadas ao Parlamento através do voto. Existem iniciativas semelhantes a esta, de partidos voltados a assembleias de cidadãos, no Reino Unido (Burning Pink) e na Bélgica (Agora).
O propósito não é avançar uma ideologia ou um conjunto de políticas elaboradas por líderes, mas criar uma "nova instituição” onde serão cidadãos comuns quem reflete e decide. Os partidos querem “falar pelos portugueses” e “valorizar a participação”. No entanto, todas as escolhas políticas são feitas internamente (mais ou menos abertas a filiados e simpatizantes) e depois limitam-se a tentar “vender” o seu programa aos restante dos cidadãos. É também notório que o perfil dos representantes políticos não reflete a multiplicidade de realidades sociais, o que impossibilita um pensamento político verdadeiramente democrático. O Futuro é apostar em sermos nós todos (qualquer cidadão sorteado) os produtores (em vez de consumidores) das políticas de que precisamos.
Como funciona esta ideia?
Em essência, podemos resumir em 5 pontos:
As posições sobre todos os temas são determinadas por assembleias de cidadãos.
Um grupo diversificado de cidadãos, seleccionados por técnicas de amostragem, aprende sobre questões políticas com especialistas (acadêmicos, ongs, associações, movimentos etc).
Com a ajuda de facilitadores os cidadãos deliberam sobre as melhores políticas para o nosso país.
Os participantes são substituídos em poucos meses, por forma a dar voz a outros e não criarem relações com lobbies (grupos de interesse). Todos os participantes são remunerados.
Na Assembleia da República, os deputados serão, simplesmente, porta-vozes das propostas e escolhas dessas assembleias de cidadãos.
Isso suscita muitas questões
Enfrentaremos situações paradoxais se quisermos mudar o sistema político através de uma transição democrática. Para começar, precisamos preservar o estado de direito, ou seja, mudar as leis de forma legal. Do mesmo modo, mudar o sistema representativo através de representantes eleitos. Sempre há a possibilidade da força dos cidadãos mobilizados obter conquistas dentro do atual sistema mas, para mudarmos as relações de poder, essa mobilização precisa mudar o design do próprio sistema político.
Elencamos algumas questões que surgiram em nossas cabeças quando conhecemos as assembleias de cidadãos e outras que surgiram com a proposta do partido. No website do FUTURO encontrarás as respostas a que chegamos: PERGUNTAS E RESPOSTAS.
Certamente haverá mais questões e dificuldades a resolver, já que isto tudo é relativamente novo, a nível mundial. Porém, não partimos do zero. Contamos com grande literatura, casos concretos estudados e o apoio do Fórum dos Cidadãos, que tem parcerias na comunidade acadêmica internacional. Não supomos, porém, que estas soluções apresentadas sejam perfeitas ou definitivas. Isto é um trabalho em construção, que melhorará com mais cabeças a pensar, na medida em que avançarmos na prática em nosso contexto.
O que existe à partida?
Queremos que as definições sejam o mais participadas possível, mas foi preciso criar um ponto de partida, mesmo que ele venha a ser reescrito. Assim, os valores e as principais características do partido foram esboçadas numa DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS, que acompanhará a solicitação ao Tribunal Constitucional.
O que falta definir?
Há muitas discussões em andamento, mesmo que com respostas provisórias:
Como será possível atender à agenda parlamentar?
Como serão escolhidos os temas prioritários para deliberação?
Qual será o papel dos filiados?
Como serão escolhidos os dirigentes e funcionários?
Qual será a relação com os demais partidos e candidaturas independentes?
Qual será a relação com os movimentos e associações?
Como será feita uma campanha eleitoral?
Como será escolhida a lista de candidatos?
etc
e, a principal no momento:
Como obter as 7.500 assinaturas necessárias para a inscrição do partido?
Junta-te ou simplesmente apoia a iniciativa em: futurodemocratico.pt